27/01/2010

RAMOS-HORTA PEDE REMODELAÇÃO GOVERNAMENTAL PARA COMBATER A CORRUPÇÃO

Atendendo ao interesse da matéria decidimos passar na íntegra o texto recebido a 27 de Janeiro (Jorge Heitor - jheitor@publico.pt):

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Ramos-Horta pede remodelação governamental para combater a corrupção


O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, solicitou esta semana ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que remodele o Governo da Aliança para a Maioria Parlamentar (AMP), pois que não quer um país com o nome enxovalhado.


“Não quero ter vergonha de ser o Presidente de um Estado onde a corrupção impere, pois que isso suja o nosso nome”, declarou Ramos-Horta à imprensa, depois de uma reunião que teve segunda-feira com empresários nacionais e estrangeiros.


“Não posso dizer quem é que está concretamente envolvido na corrupção, porque não sou o Procurador-Geral, nem o Provedor de Justiça. Só posso especular, porque não tenho provas. Se tivesse fortes provas e visse que o primeiro-ministro não fazia nada, então poderia falar, mas por enquanto só oiço o que as pessoas dizem”, afirmou o Presidente, segundo o Jornal Diário Nacional.


Enquanto isto, Xanana retirou-se para a sua residência, na aldeia montanhosa de Balibar, a 20 quilómetros de Díli, a capital, e tenciona ficar ali durante três meses, “concentrado no planeamento estratégico do desenvolvimento do país”.


Em Agosto do ano passado, durante uma conferência internacional realizada na Austrália, o segundo vice-primeiro-ministro Mário Viegas Carrascalão recordara ter sido criada uma Comissão Anti Corrupção, com o poder de investigar todas as alegações que sobre o assunto desde há muito têm vindo a ser feitas.


“A corrupção tem crescido fortemente, penetrou nas nossas instituições e existe em quase todas elas, desde o mais alto nível político à gestão a nível médio”, disse então Carrascalão, que chegara a ser governador do território durante a ocupação indonésia e que depois disso fundara o Partido Social Democrata (PSD).


O lugar de segundo vice-primeiro-ministro foi criado há um ano, precisamente para que Carrascalão supervisionasse os sectores da Administração Pública sobre os quais incidiam desde 2007 suspeitas de corrupção. Problema este que em Maio de 2008 levara o bispo emérito de Díli, Carlos Filipe Ximenes Belo, a pedir que “o Governo e o Parlamento fossem capazes de implementar valores morais”.


Ramos-Horta, Chefe de Estado desde 20 de Maio de 2007, sucedeu a Xanana Gusmão, que fora Presidente durante os cinco primeiros anos de independência do país.


Jorge Heitor

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