17/03/2011

DISCURSO SOBRE IMIGRAÇÃO ILEGAL NO PARLAMENTO MOÇAMBICANO - Ivone Soares

Excelências,

A imigração ilegal deve-se ao facto de sermos um país em franco desenvolvimento?
Ao facto de Moçambique ser o paraíso, ter paz e clima favorável para o investimento?
Não nos façam rir! Pois foi ainda na semana passada, que o Estado Moçambicano teve que fretar quatro aviões para recambiar mais 400 imigrantes ilegais asiáticos que a África do Sul nos tinha devolvido. Foi uma operação onerosa.
O povo moçambicano, nem dinheiro para o chapa tem, mas teve que pagar, com os seus impostos, viagens aéreas de repatriamento para a Índia, Paquistão e Bangladesh de quatro centenas de ilegais.
O certo é que a imigração ilegal alimenta a corrupção e beneficia a um grupo da elite político-empresarial que se associa ao crime organizado internacional, sem qualquer problema de consciência patriótica.
Para nós, não interessam as estatísticas, mas sim a facilidade e rapidez com que, os imigrantes ilegais, tornam-se cidadãos moçambicanos. Interessam as grandes manchetes sobre o tráfico de drogas onde, recorrentemente, relata-se a mão ou a presença física de imigrantes ilegais.
Num passado recente, a questão da droga era associada a moçambicanos descendentes de imigrantes. Vimos as empresas destes promoverem campanhas eleitorais da Frelimo. São as empresas destes que foram denunciadas como encobridoras e promotoras de lavagem de dinheiro da droga, do tráfico de mercadorias entre outros.
Perante a censura pública assistimos o Partido Frelimo criar a marca Frelimo Limitada e a SPI. Como que transferindo todos os poderes e actividades para serem gerenciadas pela nova marca que há no mercado, cujo intuito parece ser o de segurar as rédeas dos lucros desses negócios em troca de documentação moçambicana incluindo passaporte diplomático tendo a Frelimo como contrapartida o financiamento político.
Os negócios ilícitos dos imigrantes ilegais serão geridos pela nova marca comercial? A Frelimo virou uma marca comercial!
Agora percebemos que a criação da Frelimo Limitada e da SPI vem socorrer a demanda feita principalmente pelos imigrantes.

Excelências, assistimos a criação da LAM Internacional e não percebemos o porquê de uma nova empresa dentro das infra-estruturas da própria LAM que mais parece uma companhia aérea propriedade da Frelimo do que uma companhia aérea de Moçambique, para voar para destinos ditos internacionais quando ainda (que se saiba) não tem em carteira qualquer licença de direitos de tráfego aéreo quer para a Europa, América(s) ou Ásia. Ou será que a elite político empresarial de Moçambique (que faz compras na Europa) quer estender o forrobodó dos excessos de bagagem (sem pagar) e outras ilegalidades que aconteciam na escala de Lisboa nos tempos do DC-10 para outras escalas internacionais?
Apelamos para que, esta nova instituição, se distancie das práticas ilegais protagonizadas na mencionada escala portuguesa com o aval de uma ordem superior que nunca tem rosto nem bilhete de identidade.

Excelências, a DEA dos Estados Unidos indicou que Moçambique é corredor de droga que entra e sai por via aérea, marítima e terrestre, com destino a outros países na região com economias mais fortes capazes de consumir cocaína e outras drogas bem caras. Que não haja proteccionismo da entrada ilegal de bens, produtos e imigrantes clandestinos nos nossos aviões, como parece haver no Porto de Maputo quando se trata de contentores de determinadas empresas conectadas com certos indivíduos. Pois, somente a Frelimo beneficiou-se no passado, beneficia-se no presente e futuro, dos fundos ilícitos que os seus patrocinadores injectam para que se perpetue no comando falhado dos destinos do país.

Para terminar, pergunto:
O que aconteceu a Air Corridor?
Em que situação ficaram os seus trabalhadores?
Porque é que o Governo declarou inviável a linha férrea Quelimane-Mocuba?

Obrigada,

Deputada Ivone Soares
Bancada Parlamentar da RENAMO





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Mª Ivone Soares, MP
Membro da Comissão Politica Nacional
Chefe do Departamento de Relações Exteriores
Partido RENAMO HQ: Rua Valentim Siti, Nº 407 R/c Maputo
Presidente Substituta da Comissão das Relações Internacionais
2ª Vice-Presidente do Gabinete da Juventude Parlamentar
Assembleia da Republica
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Moçambique
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