11/05/2012

OS MEANDROS DAS MANIFESTAÇÕES EM ANGOLA: COQUE MUKUTA E CLÁUDIO FORTUNA NO QUINTAS DE DEBATE

Nesta última edição do QUINTAS DE DEBATE, de 10 de Maio, no Hotel Luso em Benguela, Coque Mukuta e Cláudio Fortuna apresentaram a sua recente obra bibliográfica "Os Meandros das Manifestações em Angola."

Com uma sala cheia e animada, os dois jornalistas fizeram uma dissertação pelo recente historial das manifestações em Angola e seus desfechos. Lembramos que esta obra trouxe a Coque Mukuta uma situação de perseguição e ameaça. A OMUNGA e a FRONT LINE já vieram a público apresentar a sua preocupação em relação à actual situação em que vive este jornalista e exigindo as medidas de protecção. (http://quintasdedebate.blogspot.com/2012/05/omunga-preocupada-com-seguranca-do.html e http://quintasdedebate.blogspot.com/2012/05/front-line-preocupada-com-seguranca-do.html)

Acompanhe a baixo, o resumo introdutório dos dois jornalistas ao QUINTAS DE DEBATE.

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Resumo da Comunicação, sobre os Meandros da Manifestações em Angola – VOLUME I[1]
Por:   Coque Mukuta/ Cláudio Fortuna

Este trabalho é constituído no essencial em seis capítulos:

            No primeiro capítulo, aborda elementos técnicos e estrutural da obra – “as razões que presidiram a sua elaboração, os objectivos que motivaram-nos, a engrenar neste projecto documental”, que convenhamos, foi muito laborioso.

            O segundo capítulo, explicamos a metodologia – os métodos e técnicas de pesquisas usados neste trabalho.

Já a partir do terceiro capítulo, elencamos alguns aspectos históricos, que nos devem servir de base de referência quando analisamos, fenómenos como estes em África, e como Angola não está apartada do mundo, o que acontece nas outras latitudes por vias de circunstâncias também estamos sujeitos até sentir o seu impacto “directo ou indirecto,” daí a expressão assumida por nós como “a pré-história sobre manifestações em Angola” na verdade é uma expressa de circunstância que não espelha em bom rigor o período barroco da história.

      O quarto capítulo entra mais ao pormenor das etapas várias, que marcaram os dias subsequentes das manifestações, após “pré-histórico” expressão assumida por nós integralmente, pelas razões anteriormente elencadas.

      Pessoalmente e sem qualquer tipo de pretensão em influenciar os leitores, mas  julgamos que  este é o capítulo mais substancial do livro na medida em que traz aspecto hilariantes vividos nos períodos narrados nesta obra, nomeadamente  as cenas caricatas, vividas nos bastidores, os acórdãos dos julgamentos, as solturas dos manifestantes,   trazemos algumas piadas vividas naquele meio, os tratados entre mandatários do Partido no Poder e os jovens do Movimento Revolucionário de Intervenção Social.

Uma lição devida do Mário Domingos do Movimento Revolucionário de Intervenção Social (MRIS) que lhe foi dado uma carrinha para abandonar a causa usou o meio de transporte para levar os panfletos das manifestações que se seguiram.

Neste projecto, destacamos: os momentos que antecedem “os dias 7 de Março, 2 de Abril, 25 de Maio, 03, 8, 24 e 25 de Setembro assim como o dia 03 de Dezembro de  2011.
      O capítulo V, é marcado fundamentalmente pela campanha de contra informação do regime, nos meios de comunicação social, com os comentarista de serviço, a se destacarem, cujo mote principal, visava abafar o ímpeto que já estava em crescendo e lhe fugia claramente o seu controlo, cansados do ambiente que se estava criar, de forma “irreflectida” o Governo provincial de Luanda, violando a constituição no seu artigo 47º e atribuir a qualquer iniciativa de protesto um local bem determinado para se manifestar. De acordo com a lista publicada, as pessoas que vivem no município do Cacuaco podiam se manifestar nos campos da CAOP PARK (comuna da Funda), Panguila e da Cerâmica, enquanto no Cazenga, as manifestações eram permitidas nos campos das Manguerinhas (comuna do Hojy Ya Henda), dos Bairros Unidos (Cazenga- zona 18) e da Casa Azul (Tala Hady- zona 19). As pessoas que pretendessem se manifestar no município da Ingombota deviam utilizar o Largo do Ponto Final (Ilha do Cabo) ou o campo de futebol da Chicala I. Já no Kilamba Kiaxi deviam ser usados os campos de futebol do Camama (comuna do Camama) da Vila Rios (Vila Estoril) e o do Palanca (Palanca). Os manifestantes da Maianga podem reunir-se nos campos do Felício (comuna do Prenda, bairro Sagrada Esperança), do Katinton (Cassequel), enquanto os da Samba deviam usar o da Camuxiba. Nos municípios do Sambizanga e de Viana as pessoas podiam se manifestar no triângulo do Bairro Uíge (comuna do Ngola Kiluanje) nos campos de Luanda Sul, Bairro da Regedoria, e do MINDEF na CAOP-B. w .  
      O capítulo VI, é marcado pela entrada em cena dos meios de Comunicação Social postos a disposição do regime os públicos e alguns  ditos “ privados” que  se prestam a ser caixa de ressonância do regime.
Em nosso entender, estas praticas ínvias, e comportamentos, vão   perfeitamente em contra mão ao princípio republicano, assumido em pleno 1992, com o contrato social que consagra a  democracia em Angola.

CONCLUSÃO
Com  este trabalho  pretendemos atirar a nossa pedra no charco da democracia em Angola, em que assumimos por inteiro  o nosso papel a favor da cidadania “ em directo”  documentando  dados e factos  que permitiram seguramente os eruditos e não fazerem um estudo mais aprofundado da nossa forma de estar e ser na sociedade hodierna.
No primeiro encontro Provincial da Juventude de Luanda, realizado em Luanda, Restaurante Jacaré, na Rua dos Mareantes, 47/49, Prenda entre 27 à 28 de Janeiro de 2012, sob o lema “A Juventude e o seu Papel na Construção da Cidadania”, mais unidos e revolucionários está os jovens
            Por isso recomendamos ao Governo Angolano à uma reacção proporcional, inteligente e sem exagero tendo em conta o futuro destas revoltas.
            Aos manifestantes melhores estratégias de exercício de sua cidadania para uma Angola melhor desde que corresponda com o postulado 47.º (Liberdade de reunião e de manifestação).
            1. É garantida a todos os cidadãos a liberdade de reunião e de manifestação pacífica e sem armas, sem necessidade de qualquer autorização e nos termos da lei.
            2. As reuniões e manifestações em lugares públicos CARECEM de prévia comunicação à autoridade competente, nos termos e para os efeitos estabelecidos por lei.  
Julgamos aberto o debate nas “Quintas de Debates”


[1] Dados Biográficos dos Autores 
                Cláudio dos Anjos Ramos Fortuna, nascido em Luanda, aos 24 de Outubro de 1975, Licenciado em Antropologia, pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Bacharel em Engenharia Civil e Ordenamento do Território, pela Universidade Jean Piaget de Angola.
Pesquisador Científico, nas áreas ligadas ao Ambiente, Urbanismo e Ordenamento do Território, Pobreza e Serviço Social. Jornalista, membro do Conselho Nacional do Sindicato Nacional dos Jornalistas Angolanos.   
Coque Francisco Manuel “Mukuta”, natural de Malange nascido aos 08 de Junho de 1984, Técnico Superior em Gestão e Administração Pública/Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UAN, licenciando em Direito/Faculdade de Direito da UAN, jornalista de profissão, pesquisador nas áreas políticas sócias e económicas, 1º vocal do Conselho Fiscal do SJA e Delegado do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA).

1 comentário:

Jorge Ramiro disse...

Eu acho que há muitas pessoas que caíram no sono ao ouvir a conferencia. É que os bancos são muito confortáveis​​, em seguida, algumas pessoas ficam com sono. Se eles se levantaram de manhã, eles vão estar com sono. Isso aconteceu comigo uma vez em uma conferência. Fomos a ums lanchonetes em sp. Depois do almoço, eu estava com sono e dormiu na conferência.