23/02/2016

ORGANIZAÇÕES DA SC SOLIDÁRIAS COM DAVID MENDES


DENÚNCIA PÚBLICA

As Organizações Não Governamentais OMUNGA, MÃOS LIVRES e AJPD conscientes do seu papel e do trabalho que têm desenvolvido na defesa dos Direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos angolanos, vem através do presente denunciar publicamente o seguinte:
1.      A perseguição sistematica aos defensores de direitos Humanos em Angola, com destaque as recentes ameaças de morte que tem sido feita por indivíduos devidamente identificados cuja  vítima  é o advogado  David Mendes- Membro da associação Mãos Livres; as ameaças surgem pelo facto de este ser o advogado de defesa do polémico e mediatico caso “ Monte Sume” onde os reus são  Julino Kalupeteka e outros membros da “seita” religiosa  Luz do Mundo do Sétimo Dia, com julgamento a decorrer no tribunal provincial do Huambo sob a acusação de….

2.      Num Estado de Direito Democrático, as instituições policiais e outras afins, devem garantir e criar condições para que actos de ameaças de morte ou qualquer outras contra os cidadãos sejam exemplarmente punidos, permitindo assim, que se respeite os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, quer como indivíduo, quer como membro de grupos sociais organizados, conforme está consagrado no artigo 31º da Constituição da República de Angola;

3.      A Constituição angolana é clara ao consagrar no artigo 67º nº 1 que: “ Ninguém pode ser detido, preso ou submetido a julgamento senão nos termos da lei, sendo garantido a todos os arguidos ou presos o direito de defesa”, e no artigo 194º sobre a Garantia do Advogado que dispõe que “ Nos actos e manifestações processuais forenses necessários ao exercício da sua actividade, os advogados gozam de imunidades, nos limites consagrados na lei”. Desde logo, a defesa de Kalupeteka e outros membros da seita luz do mundo, não pode constituir motivo para que o advogado de defesa e outros actores da sociedade civil corram riscos de ameaças de morte ou de quaisquer outras formas de perseguição;

4.      Em suma, face a gravidade do caso descrito, as Organizações subscritoras desta denúncia, instam o governo angolano, no sentido de tomar as medidas necessárias e urgentes para a resolução e esclarecimento dos factos aqui denunciados. Factos esses que, atentam contra os valores da paz, do Estado de Direito e contra os principios constitucionalmente consagrados.
 Luanda, 17 de Fevereiro de 2016

Pelas organizações subscritoras,

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