18/08/2016

SOLIDARIEDADE COM OS ACTIVISTAS PRESOS NO LOBITO

Avisto Bota, um dos activistas preso desde 4 de Agosto
Lobito, 18 de Agosto de 2016

DECLARAÇÃO PÚBLICA


A 4 de Agosto, no Tchimbwila 2, zona alta da cidade do Lobito, no final da tarde, duas viaturas da polícia nacional e pessoas à paisana aproximaram-se a alta velociada, disparando e dirigiram-se à residênciade Avisto Bota onde prenderam o activista sem qualquer explicação e ao mesmo tempo detiveram Valeriano Kussumuna, vizinho do primeiro e que se encontrava a lavar a sua motorizada.

Em sequência, as viaturas policiais dirigiram-se ao campo multi-uso, no mesmo bairro, ainda disparando, e detiveram o Euclides Lucas e oAmaro Justino Quintas, que se encontravam a jogar basquete, tendo os demais posto em fuga.

Os detidos foram transportados para a 4ª esquadra, no Bº da Lixeira, onde permaneceram até à manhã do dia seguinte.

A 5 de Agosto, pouco depois das 12 horas, agentes da polícia e pessoal à paisana invadiram a residência do activista Ricardo Francisco Pedro Pataca, onde encontraram apenas as crianças que se prepararavam para ir à escola, tendo revistado o seu quarto sem a presença de qualquer adulto. Os agentes voltaram ainda à residência por volta das 17 horas não tendo encontrado novamente o activista. Em sequência disto, o pai do activista, Francisco Kissonde Pataca, dirigiu-se à 4ª esquadra para questionar sobre a invasão da sua residência e pôde dialogar com o comandante da unidade que proferiu ameaças em relação ao activista.

A 8 de Agosto, na presença do advogado, Francisco Viena, o Procurador Africano Gamboa esclareceu que os mesmos estão sendo acusados de roubo qualificado, ofensas corporais e tráfico de drogas e foram em seguida conduzidos para a Comarca do Lobito, podendo aguardar julgamento em liberdade na condição de pagarem uma caução que varia entre os 45 mil e os 68 mil Kwanzas.

Avisto Bota já fora preso a 31 de Outubro de 2015, por 13 dias condenado com outros 17 activistas sob a acusação de assoada, detido em 16 de Junho de 2016, em Benguela, junto ao ISP Maravilha quando distribuía panfletos sobre a realização de uma manifestação marcada para 18 desse mês, e voltou a ser detido a 23 de Julho conjuntamente com outros 14 activistas junto ao Liceu de Benguela quando pretendiam realizar uma manifestação. Nesse mesmo dia outros 23 activistas foram detidos dentro da viatura da OHI que se deslocava para o local da manifestação, conjuntamente com o motorista.

Nesta conformidade, a OMUNGA expressa a sua elevada indignação em relação à perseguição, detenção e agressão de activistas em Benguela.

Por outro lado, exige que seja feita justiça mediante um julgamento digno dos activistas detidos e apela para a solidariedade para a libertação imediata de Avisto Bota, Valeriano Kussumuna e de Amaro Justino Quintas, sob caução, com depósitos dos valores solicitados nas contas bancárias:
BFA – Maria Ngando – 1310882067
Millenium/Atlântico - Luís Esakelo Cata - 5008338825

Contactos:
António Pongoti – 936 361 016
Livulu Prata – 912 883 760



José Patrocínio


Coordenador




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